Destaque de Maio: falemos sobre a abóbora! | Hortaria

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Destaque de Maio: falemos sobre a abóbora!

10-05-2021 Por Hortaria

Chegámos ao mês de Maio!

As culturas de Primavera-Verão estão na terra, o que significa que as cores e sabores que queremos experimentar no decurso do Verão já devem estar a germinar, beneficiando das últimas chuvas, de temperaturas mínimas mais elevadas e de um fotoperíodo crescente.

Entre as culturas possíveis para esta época, encontramos diferenças em termos do intervalo de tempo que decorre entre sementeira e colheita, que pode ser mais ou menos extenso. Com esta realidade, o planeamento das sementeiras leva-nos a ter em consideração diferentes aspetos, entre eles a versatilidade das culturas em causa.

Foi tendo isto em conta que selecionámos a cultura em destaque no mês de Maio: as diferentes variedades permitem colheitas precoces ou tardias, podem ser utilizadas em decoração, na culinária típica de Verão, mas também na de Inverno e acima de tudo, é obrigatória, a nível global, no dia 31 de Outubro. Consegue adivinhar de que falamos?

Se pensou “Abóbora”, acertou!

Esta cultura, domesticada pelo Homem há séculos, tem a sua origem na América Central, sendo que, hoje em dia, são produzidos aproximadamente 27 milhões de toneladas em todo o mundo, sendo a China o país que lidera o ranking de produção.

Designam-se por abóbora os frutos de diferentes espécies, entre elas:




A abóbora apresenta baixo valor calórico, elevado valor proteico, é rica em fibras, Cálcio (Ca), Ferro (Fe), Manganésio (Mn), Magnésio (Mg), Potássio (K), Zinco (Zn) e Vitaminas A, B e C, não sendo por isso de estranhar que o seu consumo apresente os seguintes benefícios:

  • A presença de carotenoides, de vitamina A e de antioxidantes potencia a saúde oftalmológica, nomeadamente no que diz respeito à prevenção de cataratas;
  • A presença de um elevado teor de fibras auxilia a regulação do trânsito intestinal e aumenta a sensação de saciedade, ajudando no controlo do peso;
  • A saúde da pele é também beneficiada pela presença de vitamina A e carotenoides;
  • A presença de potássio contribui para a regulação da pressão sanguínea;
  • A vitamina C contribui para a recuperação muscular, diminuindo a produção de ácido láctico, sendo portanto um alimento ideal para consumir antes ou depois da realização de exercício físico;
  • O triptofano presente nas sementes da abóbora, que ajuda na síntese de serotonina, melatonina e niacina, ajuda a controlar a ansiedade e melhora a qualidade do sono.



Em termos de cultivo, as abóboras têm as seguintes preferências.


Tome nota:

  • exposição solar deve ser plena ou, no mínimo, parcial;
  • temperatura ideal para a cultura da abóbora oscila entre os 18ºC e os 27ºC; temperaturas abaixo dos 12ºC prejudicam o desenvolvimento da planta;
  • Sendo versátil em termos de adaptação aos solos, prefere um solo rico em matéria orgânica, com boa capacidade de drenagem e com um pH que oscile entre os 5,5-6,8;





Uma vez selecionado o sítio onde vai semear o seu aboboral, respeitando as condições acima indicadas, pode avançar com a instalação e acompanhamento da cultura:

> Sementeira

A aboboreira é uma planta de grande desenvolvimento, exigindo por isso muito espaço. Deve semear de forma a garantir que as plantas têm 1,0m de distância entre filas e 2,0m de distância na mesma fila; As sementes devem ser colocadas a aproximadamente 2cm de profundidade.

> Fertilização

Deve garantir-se que a planta encontra solo suficientemente rico em matéria orgânica. Desta forma, para além da camada superficial de solo, os 20-30cm imediatamente a seguir devem possuir fertilizante colocado antes da sementeira.

> Rega

A rega deve ser regular, sem encharcar o solo e, se possível, abaixo das folhas e dos frutos. Deve garantir-se que, na fase de floração e de vingamento do fruto, a água está disponível em quantidade adequada, sem afetar a polinização.

> Poda

Normalmente, e no sentido de limitar o desenvolvimento de vegetação e fomentar o ideal desenvolvimento do fruto, logo que apresente 4 folhas (por volta dos 35 dias pós-sementeira) é cortado o lançamento principal.

> Controlo de infestantes

O espaço deixado entre plantas, de acordo com o compasso indicado, num solo rico em matéria orgânico e com irrigação regular, é propício à ocupação por plantas infestantes, que concorrerão com a cultura instalada; há que fazer um controlo adequado e fazer a remoção destas plantas.

> Colheita

Consoante a variedade escolhida, poderá começar a colher os frutos entre 85 a 180 dias após a sementeira, duas a três semanas após o início da secagem da planta mãe (o talo do fruto passará a amarelo e progressivamente a castanho). Na colheita não retire os talos das abóboras.





Falta-nos abordar as principais pragas e doenças associadas a esta cultura. Apesar de ser uma cultura relativamente resistente em campo, as suas características potenciam o surgir de alguns problemas:

  • Podridão radicular: pode ser causada por diferentes fungos como Phytophthora spp., Fusarium spp., Pythium spp., Rhizoctonia solani, Thielaviopsis basicola. Faz com a planta se desenvolva com atraso, apresentando deformações e descoloração de caules, destruição do sistema vascular das plantas e alteração de pigmentação nas folhas; Usualmente a planta perde capacidade de suporte e tomba.
  • Podridão do caule: causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, que origina a perda de viabilidade e morte das plantas.
  • Podridão dos frutos: manifesta-se pelo surgir de uma camada micelial, esbranquiçada, que envolve a superfície dos frutos. É causada por fungos como Phytophthora spp., Botrytis cinerea, Choanephora cucurbitarum, Diplodia nitidalis, Fusarium roseum, Penicillium digitatum, Pythium spp., Rhizoctonia solani, Sclerotium rolfsii.
  • Oídio: doença causada pelo fungo Podosphaera xanthii; manifesta-se pelo surgimento de manchas amareladas nas hastes e folhas jovens, evoluindo posteriormente para a formação de massas pulverulentas, originando a morte das folhas;
  • Míldio: causada pelo fungo Pseudoperonospora cubensis, origina o aparecimento de manchas irregulares, amarelas, nas folhas da planta, destruindo os tecidos onde se encontra;
  • Viroses: os vírus que afetam a cultura da abóbora são, entre outros, os seguintes: Papaya ringspot virus – type watermelon (PRSV-W), Watermelon mosaic virus-II (WMVII), Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV), Squash mosaic virus (SqMV) e Cucumber mosaic virus (CMV); identificam-se pelo amarelecimento e deformação das folhas jovens, originando igualmente o enrugamento dos tecidos; estas alterações comprometem a atividade a planta, inibindo o seu desenvolvimento, bem como o dos seus frutos.
  • Nematoses: originam deformações nas raízes, o que limita o desenvolvimento da planta; Algumas das espécies que incidem sobre a cultura daa abóbora são as seguintes: Meloidogyne arenaria, M. incognita, M. javanica e M. hapla.
  • Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata: praga conhecida como “Broca das cucurbitáceas”, perfura os frutos, inviabilizando qualquer aproveitamento da cultura.
  • Bemisia tabaci: praga conhecida como “Mosca Branca”; Origina, por exemplo, o prateamento das folhas e afetam o sistema vascular das plantas, prejudicando o desenvolvimento dos frutos.
  • Aphis gossyppi e Myzus persicae: conhecidos como “Pulgões”, servem de vetores para diferentes vírus, transmitindo-os através da perfuração do sistema vascular das plantas.



Poderá encontrar aqui algumas soluções de combate a fungos e insetos.

Esperamos que se tenha entusiasmado com a cultura de abóbora e lance as sementes à terra em breve!

Envie-nos imagens da sua horta, mostre-nos como têm corrido os seus cultivos!

A equipa da Hortaria estará aqui.

Boas sementeiras! Bons cultivos!



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