Destaque de Janeiro: falemos sobre o alho francês! | Hortaria

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Destaque de Janeiro: falemos sobre o alho francês!

03-01-2022 Por Hortaria

Bem-vindos a 2022!

A contagem dos meses regressou a 1, pelo que temos pela frente 12 conjuntos de 30 dias para realizar aqueles que são os nossos objetivos pessoais e profissionais. Já os conseguiu definir?

A Hortaria já os estabeleceu e está preparada para manter uma presença contínua ao seu lado, no que a agricultura e jardinagem diz respeito. Fazemos questão que conte connosco e, mais que isso, que continue a dar-nos o seu feedback.

A equipa da Hortaria é constituída por quem está deste lado do ecrã e por si! Façamos caminho, juntos!

O primeiro passo de 2022 foi já dado, com a indicação das culturas apropriadas para o mês de Janeiro. O segundo passo, como já sabe, é abordar com um pouco mais de atenção, uma cultura específica.

Este mês selecionámos uma cultura que paulatinamente tem vindo a assumir maior relevância em termos de consumo, dada a versatilidade que apresenta em termos culinários, bem como pelos inúmeros benefícios que proporciona. Este mês falaremos de… Alho Francês!


O alho francês, de nome botânico Allium porrum, é mencionado em registos Egípcios, Gregos e Romanos, manifestando que esta cultura apresenta, desde há muito, uma presença relevante em diferentes rotinas de diferentes culturas. À medida que o império romano se expandiu, também o cultivo e utilização de alho francês se difundiu através do continente europeu e, daqui, para o mundo.


Observemos a composição nutricional desta planta, por cada 100g:

  • 21Kcal;
  • 91g de água;
  • 2,9g de hidratos de carbono;
  • 2,4g de fibras;
  • 1,8g de proteína;
  • 745mg de Caroteno;
  • 244mg de Potássio (K);
  • 20mg de Vitamina C;
  • 44mg de Fósforo (P);
  • 24mg de Cálcio (Ca);
  • 11mg de Magnésio (Mg);
  • 4mg de Sódio (Na);
  • 1mg de Ferro (Fe);
  • 0,2mg de Zinco (Zn).






Considerando esta composição, facilmente se compreende que o consumo de alho francês promove a saúde cardíaca e sanguínea, previne inflamações, regula a absorção de açúcares, beneficia a ação renal, o sistema respiratório e o sistema imunitário.

A não ser que não aprecie o sabor, não há porque não consumir esta hortícola! Seja cru ou cozinhado, em saladas, sopas, entradas, pratos de carne e de peixe e, até, em bebidas!


Abordemos agora um dos temas mais relevantes: a variedade a semear. Poderá ter um ciclo mais longo ou mais curto, desenvolver um talo mais alto ou mais baixo, de maior ou menor diâmetro, com mais ou menos folhagem. Todos estes aspetos dependem da sua preferência e das utilizações que der à produção que colherá.


Definida a variedade que mais se adequa às suas intenções/preferências, acautelem-se agora as preferências da planta.

Tome nota:

  • Exposição solar direta;
  • Temperatura média compreendida entre 13ºC-25ºC;
  • Solos férteis, leves, ricos em matéria orgânica, com pH entre 6-6,8;
  • A rega deve ser feita regularmente, e em quantidades semelhantes, tendo atenção para não encharcar o terreno;
  • Para uma área equivalente a um campo de futebol (1ha), a cultura precisará, ao longo do seu ciclo, das seguintes quantidades de nutrientes: 100Kg de azoto (N), 60Kg de Fósforo (P) e 120Kg de Potássio (K).


Reunida a informação sobre as condições de cultivo necessárias, podemos abordar as operações culturais requisitadas pelo alho francês:

> Sementeira

Esta cultura poderá apresentar algumas dificuldades na germinação. Um bom princípio, válido para qualquer cultura, será o de semear sempre algumas plantas a mais, no sentido de salvaguardar alguma falha; Para além disto, deverá fazer a sementeira em alvéolos em local resguardado e com ambiente controlado, mantendo as plântulas em desenvolvimento durante 50-55 dias.

> Transplante

Deve acontecer 50-55 dias após sementeira em alvéolo, ou quando a planta apresentar entre 15-20cm de altura, garantindo sempre que, no local definitivo, as plantas apresentam uma distância entre elas de 20cm x 70cm.

> Amontoa

Operação que, tal como para os espargos, permite o branqueamento do caule das plantas; deve acontecer 30 dias pré-colheita; tal como o nome indica, deverá amontoar terra em torno do caule da planta, reduzindo assim a exposição solar e a atividade fotossintética na superfície folear coberta; a pigmentação verde será suavizada e surgirá a tonalidade branca.

> Colheita

Deve ser realizada, em média, 150 dias após transplante, mas dando sempre atenção ao ciclo específico da variedade que escolheu, recolhendo a planta inteira.





Em termos fitossanitários, ou seja, de saúde planta, trata-se de uma cultura cuja incidência de pragas e doenças é relativamente reduzida. No entanto, deverá acompanhar o seu campo salvaguardando o surgir das seguintes:


×  Mosca da cebola (Delia antiqua): não sendo propriamente o inseto o problema, a sua ativa e prolífica postura de ovos e consequentes larvas podem prejudicar gravemente a cultura; logo que eclodem as larvas penetram nos tecidos da planta, criando galerias, inviabilizando as plantas; Para além disso, as feridas abertas nas plantas permitem o acesso a outros agentes nocivos, como bactérias;


×  Tripes (Thrips tabaci): inseto que se aloja nas bainhas e limbos foliares, alimentando-se do sistema vascular das plantas, reduzindo o seu desenvolvimento e, consequentemente, o seu peso e qualidade; Este inseto funciona também como vetor de transmissão do vírus TSWV;

×  Míldio (Peronospora destructor): pode surgir desde os primeiros estágios de desenvolvimento da planta, originando o apodrecimento dos tecidos, a inviabilidade produtiva e/ou a perda de capacidade conservação; caso a identifique deve limitar a adubação azotada, promover a rega no solo, remover e queimar todas as plantas com sintomas;


×  Alternariose (Alternaria spp): incide com maior facilidade em plantas com pouca resistência, manifestando-se, no entanto, em qualquer exemplar; origina pequenas manchas, com expansão progressiva, inicialmente em tons amarelos que escurecem ao longo do tempo; o fungo transita das folhas mais velhas para as mais novas;


×  Lesmas e caracóis: tratando-se de uma herbácea de rápido desenvolvimento, as lesmas e os caracóis tiram também proveito desta cultura! Quando fizer a sementeira, tente remover todas as lesmas e caracóis que encontrar e, durante o ciclo cultural da planta, mantenha atenção à proliferação destes moluscos. Se verificar que a população está a ter consequências nefastas na produção, poderá aplicar um moluscicida.



Para alguns destes problemas encontrará soluções aquiPara outros encontrará tutoriais e informação online ou numa loja de especialidade agrícola.


Uma nota final: os cães não devem consumir alho francês, tal como mencionado relativamente às cebolas, uma vez que contém alicina (responsável pelo aroma caraterístico de alhos e cebolas), que promove anemia nestes animais



Deixamos os votos de um Feliz 2022, boas sementeiras e boas colheitas!

A equipa da Hortaria

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