Destaque de Agosto: falemos sobre o rabanete! | Hortaria

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Destaque de Agosto: falemos sobre o rabanete!

02-08-2021 Por Hortaria

Agosto!

Tipicamente um mês em que saímos de casa, da rotina do dia-a-dia e nos deslocamos até à beira-mar, até um refúgio no interior ou, ficando por perto, aproveitamos para usufruir do que raramente conseguimos durante o ano.

Apesar disto, e porque temos quatro novas semanas pela frente, haverá sempre tempo para pôr as mãos na terra (o que é também relaxante, não?), cuidar dos jardins e das hortas, e preparar as culturas de que queremos usufruir nos meses que se seguem. Este mês sugerimos-lhe uma cultura colorida, fresca e que se utiliza em sumos, saladas e outros pratos. Estamos a falar de… Rabanetes!


Os rabanetes têm o nome botânico Raphanus sativus L, pertencem à família das Brassicaceae e a sabe-se que há referências ao seu consumo, na China, em 4.000 a.C.. Outros povos responsáveis pela sua disseminação foram os Romanos e os Egípcios, o que nos permite compreender a sua atual procura.


Em termos nutricionais, os rabanetes apresentam baixo valor calórico (17Kcal/100g), 95% de teor de água, são ricos em fibras, vitaminas C, B2 e B6, ácido fólico e minerais como o Cálcio (Ca), Potássio (K), o Fósforo (P), Magnésio (Mg), Ferro (Fe), Zinco (Zn) e compostos sulfurosos (S).

Com esta composição é possível afirmar que o seu consumo terá associados os seguintes benefícios:

  • Contribui para a perda de peso, dado o baixo teor de hidratos de carbono (2%), elevado teor de água e sensação de saciedade promovida pela presença de fibras;
  • Facilita a digestão, devido ao teor de fibras que apresenta (regulação do trânsito intestinal), bem como pela presença de enxofre (S), que promove a produção de bílis;
  • Benefícios para a pele, pela presença de vitamina C, que promove a formação de colagénio, combinada com os minerais que disponibiliza, sendo que os rabanetes crus são utilizados em máscaras para a pele;
  • Capacidade Detox e ação diurética;
  • Ação antioxidante e anti-inflamatória.





Curtos ou compridos, redondos ou alongados, amarelos, brancos, vermelhos, pretos, roxos, bicolor… A diversidade é grande e permite-lhe escolher precisamente o que pretende!

Se já sabe qual a variedade com que vai trabalhar, convém agora perceber se as condições existentes na sua horta/jardim/varanda são propícias ao desenvolvimento desta cultura.


Tome nota:

  • O rabanete desenvolve-se acima dos 6ºC e até aos 30ºC, sendo o intervalo ideal entre os 15ºC-21ºC;
  • Aprecia luminosidade elevada, podendo desenvolver-se com exposição solar direta ou indireta;
  • Exige presença de água mas nunca em solos encharcados; a rega deve ser frequente mas ponderada;
  • O solo deve ser fértil, rico em matéria orgânica, de textura média, sem detritos, com capacidade de drenagem e pH entre os 5,5-6,8 (as plantas são pouco tolerantes à acidez e à salinidade).


Verificam-se estas condições? Vamos então abordar o acompanhamento cultural, que é bastante simples:

> Sementeira

Semear em local definitivo, a uma profundidade de 1cm e assegurando uma distância de 15-25cm entre plantas;

> Monda

Deve fazer a monda de plantas infestantes que compitam com a cultura e que prejudiquem o desenvolvimento da planta;

> Rega

Garantir rega adequada;

> Colheita

Poderá iniciar a colheita quando as raízes tiverem 2-3cm de diâmetro, o que poderá acontecer às seis semanas após sementeira;





Uma vez que a cultura esteja instalada, e em termos fitossanitários, deverá ter em atenção os seguintes potenciais problemas:


×  Áltica (Haltica lythri), besouro que se alimenta das folhas, debilitando-a;


×  Lesmas e caracóis: as lesmas e os caracóis tiram também proveito desta cultura! Quando fizer a sementeira, tente remover todas as lesmas e caracóis que encontrar e, durante o ciclo cultural da planta, mantenha atenção à proliferação destes moluscos. Se verificar que a população está a ter consequências nefastas na produção, poderá aplicar um moluscicida;

×  Lagarta da couve (Pieris brassicae), surgem por aposição de ovos (cada fêmea pode originar até 300 ovos), e consequente eclodir de pequenas larvas que se alimentam das folhas até praticamente o estágio final de desenvolvimento; prejudicam gravemente o aproveitamento de culturas;


×  Traça da couve (Plutella xylostella), enquanto larva, instala-se nas faces inferiores das folhas e, ao longo do seu desenvolvimento, perfuram-nas, tornando inviável o seu aproveitamento;


×  Mosca da Couve (Delia radicum), inseto que se alimenta do sistema vascular e tecidos da planta, provocando feridas que provocam o enfraquecimento e perda de resistência da planta;


×  Afídeo (Brevicoryne brassicae), pequenos insetos que se alimentam do sistema vascular das plantas, perfurando os tecidos, afetando assim o desenvolvimento e resistência da mesma; Funcionam também como vetores de transmissão de diversos vírus; 


×  Míldio (Pseudoperonospora cubensis) fungo que origina o aparecimento de manchas irregulares, amarelas, nas folhas da planta, destruindo os tecidos onde se encontra; 


×  Alternariose (Alternaria spp), incide com maior facilidade em plantas com pouca resistência, manifestando-se, no entanto, em qualquer exemplar; origina pequenas manchas, com expansão progressiva, inicialmente em tons amarelos que escurecem ao longo do tempo; o fungo transita das folhas mais velhas para as mais novas;


×  Podridão cinzenta (Botrytis cinerea): fungo que se instala em diferentes órgãos da planta, provocando a sua murchidão, e dando origem a uma camada espessa de bolor cinzento



Para alguns destes problemas encontrará soluções aqui.


Para outros encontrará informação específica online.

Aproveite o Verão, aproveite os dias de Agosto, usufrua da terra e envie-nos imagens dos seus cultivos!

Cá estaremos, como sempre, para o acompanhar.



Votos de boas sementeiras e de boas colheitas!

A equipa da Hortaria

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