Destaque de Agosto: falemos sobre o aipo! | Hortaria

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Destaque de Agosto: falemos sobre o aipo!

01-08-2022 Por Hortaria

Calor de Agosto! 

Areia fluvial ou marítima, água doce ou salgada, sombra de árvores ou de guarda-sol. Acreditamos que conseguimos, numa frase, resumir o ambiente em que a maioria de nós se encontra!

Por aqui, na Hortaria, mantemo-nos entusiasmados com as nossas hortas e jardins, aproveitando as colheitas da época para preparar as refeições frescas que o calor invoca. É precisamente a pensar nos sabores que queremos antecipar que, este mês, abordaremos uma cultura que marca definitivamente qualquer combinação que integre: o aipo!


De nome botânico Apium graveolens var. dulce, trata-se de uma cultura originária do continente europeu, hoje amplamente difundida pelo mundo, integrando a confeção de diferentes pratos e bebidas.


A composição nutricional de 100g de aipo cru é a seguinte:

  • 11Kcal;
  • 94,4g de água;
  • 2g de fibra;
  • 1,5g de hidratos de carbono
  • 1,1g de proteína;
  • 0,1g de lípidos;
  • 8mg de vitamina C;
  • 299mg de Potássio (K);
  • 101mg de Sódio (Na);
  • 55g de Cálcio (Ca);
  • 32mg de Fósforo (P);
  • 13mg de Magnésio (Mg);
  • 6,6mg de Ferro (Fe);
  • 0,1mg de Zinco (Zn).


Ponderando sobre esta composição, antecipam-se os seguintes benefícios decorrentes do consumo desta planta:

  • O elevado nível de sais minerais/microelementos que aporta contribui de forma efetiva para o reforço da ação antioxidante;
  • Esta ação antioxidante é relevante para a saúde oftálmica e dérmica, bem como para a regulação dos níveis de colesterol;
  • Este mesmo teor de microelementos é benéfico para o equilíbrio generalizado do metabolismo;
  • Apresenta ação diurética, associada a um elevado nível de fibras; esta combinação contribui para a gestão do peso corporal;
  • O teor de fibras contribui, como sempre, para a regulação do trânsito intestinal;
  • São reconhecidos benefícios relacionados com problemas de mau hálito;
  • Apresenta ação afrodisíaca.




Passando para a análise das variedades de aipo disponíveis, deparar-se-á com uma decisão base: pretende variedades verdes ou auto-branqueadoras? De igual forma deverá decidir que utilização pretende dar às plantas, definindo assim se se deverá concentrar no desenvolvimento de raízes ou folhas. Realizando uma pesquisa online encontrará diferentes fontes de informação que o ajudarão a tomar a decisão mais adequada ao que pretende.

Em termos de instalação e desenvolvimento da cultura, deverá garantir as condições seguintes.

Tome nota:

  • Solos profundos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH de 6-6,8;
  • Temperaturas compreendidas entre os 15-20ºC; tanto as temperaturas baixas como elevadas podem prejudicar o desenvolvimento das plantas;
  • Deve ser protegido da incidência solar durante as horas de maior calor, mas trata-se de uma cultura que prefere índices de luminosidade elevados;
  • A irrigação deve garantir que as plantas dispõem sempre de água, mas nunca se encontram afogadas.


As condições mencionadas verificam-se na sua horta? Se sim, abordemos então os tratos culturais que deverão ser realizados:

> Solo

Garanta que o solo se encontra conforme as necessidades desta cultura; a exigência que se coloca é um fator de relevância para o adequado desenvolvimento da cultura;

> Sementeira

- Há quem sugira que submergir as sementes em água, durante um dia, antes da sementeira, poderá acelerar o período de germinação;

- A sementeira tanto pode ser realizada no local definitivo ou em alfobre, desde que garantindo que as sementes se encontram à superfície do solo, sem grande cobertura;

> Transplante

Caso opte pela sementeira em alfobre, deverá realizar o transplante quando as plântulas apresentarem mais que 5 folhas, aproximadamente 2 meses após a sementeira;

> Espaçamento

No local definitivo as plantas deverão dispor de 25cm entre si e de 35cm na entrelinha;

> Rega

A consistência esperada para as plantas exige níveis de água elevados no solo; por muito contrastante que possa parecer, o solo deverá conseguir manter elevados níveis de humidade e, em simultâneo, garantir a drenagem adequada; uma vez mais, a exigência deste aspeto é determinante para obter os resultados que pretende;

> Infestantes

Não é surpreendente que, com um ambiente tão controlado em termos de solo e de humidade, outras espécies se queiram instalar na sua horta… Terá que manter um controlo apertado à presença de infestantes;

> Operações

Caso pretenda fazer o branqueamento das plantas, deverá adotar os procedimentos necessários (como por exemplo a amontoa), duas semanas antes da colheita;

> Colheita

A colheita poderá ocorrer a partir dos 100 dias pós-sementeira, dependendo da variedade e do clima; consoante o destino que pretender dar à produção, poderá realizar a colheita folha a folha, ou na totalidade da planta. 






Não se trata de uma cultura fácil… deverá dedicar tempo ao seu acompanhamento.

Sabendo a dedicação que colocará na sua horta, deverá ter ainda em consideração as possíveis pragas e doenças que poderão surgir:


PRAGAS:


×  Lagartas (Agrotis spp.; Spodoptera frugiperda; Rachiplusia nu), alimentam-se das folhas da planta, enfraquecendo-a;

×  Afídeos (Dysaphis spp.; Cavariella aegopodii), também conhecidos por pulgões, populam as plantas, tendo impacto no sistema vascular, funcionando muitas vezes como vetores de outras doenças mais relevantes;

×  Larvas (Diabrotica speciosa; Diabrotica bivittula; Cerotoma arcuata), poderão interferir no desenvolvimento das raízes, inviabilizando o seu aproveitamento.



DOENÇAS:


×  Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani, Xanthomonas campestris: bactérias que provocam podridão pré e pós emergência da planta, resultante da acumulação de líquido na zona hipocótilo da planta; como resultado, as plantas tombam e tornam-se inviáveis;


×  Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum: fungos que, tal como a bactéria Erwinia carotovora, se instalam na raiz das plantas, provocando o amolecimento dos tecidos; formam escleródios e desenvolvem micélios;


×  Erwinia carotovora: bactéria que se instala nas raízes da planta, através de eventuais feridas existentes; provoca a acumulação de tecidos moles e pegajosos; a função vascular e de acumulação de reservas é prejudicada, e a planta perde viabilidade; o amarelecimento da rama pode ser indicação da presença desta bactéria;


×
  Meloidogyne incognita, Meloidogyne javanica, Meloidogyne arenaria, Meloidogyne hapla: todos nemátodos; enfraquecem a planta, o que se torna visível pelo amarelecimento da rama, provocando igualmente a deformação e descoloração das raízes; 


×  Oídio: doença causada pelo fungo Podosphaera xanthii; manifesta-se pelo surgimento de manchas amareladas nas hastes e folhas jovens, evoluindo posteriormente para a formação de massas pulverulentas, originando a morte das folhas;


×  Míldio: causada pelo fungo Pseudoperonospora cubensis, origina o aparecimento de manchas irregulares, amarelas, nas folhas da planta, destruindo os tecidos onde se encontra.



Para alguns destes problemas encontrará soluções aqui.

Para outros deverá encontrar respostas online.


Deixamos uma nota: se está grávida, tem problemas cardíacos ou renais, deverá evitar o consumo desta planta, uma vez que poderá originar reações adversas.


Esperamos por imagens da sua horta e mantemo-nos deste lado, ao seu lado, nas suas atividades culturais.


Votos de boas sementeiras e de excelentes colheitas!

A Equipa da Hortaria

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